AMAGGI e Inpasa se juntam e construirão usinas de etanol de milho no Mato Grosso

AMAGGI e Inpasa firmam joint venture para construir ao menos três usinas de etanol de milho em Mato Grosso.

AMAGGI e Inpasa se juntam e  construirão usinas de etanol de milho no Mato Grosso
crédito: AMAGGI

Primeira unidade será em Rondonópolis; cada planta deverá processar em torno de 2 milhões de toneladas de milho por ano. Operação depende do aval do Cade.

Em 29 de agosto de 2025, AMAGGI e Inpasa confirmaram um acordo para criar uma joint venture com foco na construção de ao menos três usinas de etanol de milho em Mato Grosso. O projeto integra a estratégia de ampliar a industrialização de commodities no país e adicionar valor à cadeia do milho. A operação ainda depende de aprovação das autoridades concorrenciais e será formalizada após as etapas regulatórias. Amaggi

Segundo as empresas, Rondonópolis é o primeiro município contemplado. Campo Novo do Parecis e Querência também estão no radar dos estudos. Cada planta nasce com capacidade inicial para processar cerca de 2 milhões de toneladas de milho/ano, combinando a força da AMAGGI em originação e logística com a expertise da Inpasa em biocombustíveis. Amaggi

Por que importa

A Inpasa é hoje a maior produtora de etanol de milho do Brasil e respondeu por um volume histórico em 2024, na casa de 3,7 bilhões de litros — quase metade do que o país gerou a partir de milho, o que coloca a companhia no centro da expansão do segmento. 

Além do etanol, as usinas produzem coprodutos-chave para a pecuária e ração, como DDG/DDGS (fonte de proteína e energia), óleo vegetal e bioeletricidade. Em média, 1 tonelada de milho pode render ~441 litros de etanol, ~300 kg de DDG e ~20 kg de óleo, reforçando a integração entre agricultura e proteína animal. Inpasa Brasil

Contexto do mercado

O etanol de milho tem crescido de forma acelerada no Brasil, impulsionado por investimentos privados e por diretrizes de política pública para combustíveis de menor intensidade de carbono. Projeções recentes indicam novas ampliações de capacidade no Centro-Oeste, enquanto a Lei do Combustível do Futuro e decisões do CNPE apontam aumento gradual da participação do etanol na gasolina nos próximos anos — criando sinal de demanda para o biocombustível. 

Mato Grosso já concentra a maior parte das plantas dedicadas ao etanol de cereais no país, favorecido pela proximidade da matéria-prima e por uma logística que reduz custos industriais — um dos pilares de competitividade do parque estadual. Fenasucro

Impactos esperados

Milho: maior demanda regional pelo grão tende a sustentar preços nas praças próximas às usinas, especialmente na safrinha, reduzindo a dependência exclusiva de exportação em períodos de safra cheia. (Análise da redação, à luz dos projetos anunciados.)

Pecuária e ração: aumento da oferta de DDG/DDGS local pode baratear formulações ou elevar desempenho zootécnico, com efeitos positivos para confinamentos, bovinocultura de leite, suinocultura e avicultura nas rotas de distribuição do Centro-Oeste e estados limítrofes. Inpasa Brasil

Energia e logística: coprodutos como bioeletricidade contribuem para a matriz energética regional, enquanto a verticalização pode otimizar fluxos de transporte (grão entra, etanol e coprodutos saem), reduzindo ociosi­dades logísticas. (Análise da redação com base em dados técnicos do setor.)

Próximos passos

A joint venture será formalizada após o crivo do Cade. Em paralelo, avançam engenharia, licenças e modelagem de suprimento de milho, além de contratos comerciais para etanol e coprodutos. Os municípios citados (Rondonópolis, Campo Novo do Parecis e Querência) ganharão protagonismo no calendário de obras e contratações quando os cronogramas executivos forem divulgados.

Fontes: comunicado oficial da AMAGGI; dados setoriais sobre Inpasa e etanol de milho; matérias sobre investimentos e diretrizes de política para biocombustíveis

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