Panorama de Mercado da Soja e do Milho – 02/09/2025

Chicago reabre após feriado nos EUA; Paraná inicia plantio de soja na Região 2; milho segue travado entre comprador e vendedor; dólar firme e clima no radar.

Panorama de Mercado da Soja e do Milho – 02/09/2025
Elaboração e Criação: Costawerber

Chicago retoma negócios após o feriado nos Estados Unidos; Paraná dá início ao plantio em parte do Estado; milho segue travado entre compradores e vendedores.

O mercado de grãos inicia setembro marcado pela retomada das negociações em Chicago, após o Labor Day nos Estados Unidos ter fechado as bolsas na segunda-feira (01/09). A reabertura traz novamente referência internacional para soja e milho, em um momento em que a colheita norte-americana começa a ganhar ritmo. No câmbio, o dólar fechou ontem a R$ 5,445 e nesta manhã já opera próximo de R$ 5,47, sustentando as paridades nos portos brasileiros.

Soja

O Indicador CEPEA/ESALQ Paranaguá fechou a R$ 139,97/saca no dia 01/09. No Paraná, os produtores da Região 2 (Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste) já estão liberados para iniciar a semeadura desde 01/09, enquanto a Região 3 (Sudoeste) poderá plantar a partir de 11/09 e a Região 1 (Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral) em 20/09.

Apesar da liberação, o ritmo ainda é cauteloso. Produtores aproveitam áreas com umidade, mas seguem atentos às previsões de frio e possíveis geadas na segunda quinzena do mês.

Em Campinas (SP), o mercado abriu a semana com liquidez reduzida. Uma trading ofertou R$ 141/saca CIF Paranaguá, com entrega em outubro e pagamento em novembro, mas não houve fechamento. Já em Rondonópolis (MT), a referência caiu de R$ 136 para R$ 132/saca FOB. Com cerca de 90% da safra já comprometida, o restante da oferta segue direcionado às indústrias locais de óleo e farelo.

Milho

No mercado do milho, o ambiente também foi de poucos negócios. Em Campinas (SP), compradores repetem ofertas próximas a R$ 65,50/saca CIF, mas não houve registros de fechamento. A resistência dos vendedores mantém o compasso de espera.

Em Rondonópolis (MT), a semana passada registrou operações a R$ 49/saca FOB, mas agora os produtores pedem entre R$ 52 e R$ 53, enquanto compradores insistem em R$ 48 a R$ 49. A mesma disputa se estende ao milho 2026, em que as usinas chegaram a comprar volumes a R$ 48-49, mas os vendedores já subiram suas ofertas para R$ 52.

A colheita nos Estados Unidos, que avança em setembro, deve aumentar a pressão externa. No entanto, o dólar em alta permanece como principal fator de sustentação para os preços domésticos.

Fertilizantes e relação de troca no Paraná

O início do plantio no Paraná traz à tona também a preocupação com custos de insumos. Levantamento de mercado indica valores estimados, considerando frete porto–Oeste do Paraná:

Ureia: entre R$ 2.610 e R$ 2.640/t → equivalente a 18,6–18,9 sacas de soja ou 40,8–41,2 sacas de milho por tonelada.

MAP: entre R$ 4.220 e R$ 4.250/t → equivalente a 30,1–30,4 sacas de soja ou 65,9–66,4 sacas de milho por tonelada.

KCl: entre R$ 2.010 e R$ 2.100/t → equivalente a 14,4–15 sacas de soja ou 31,4–32,7 sacas de milho por tonelada.

Os números mostram que, mesmo com o câmbio firme, a relação de troca segue exigente, principalmente para quem depende do fósforo (MAP) no arranque da lavoura.

Perspectivas

O cenário de curto prazo permanece de cautela. Para a soja, Chicago volta a oferecer referência nesta terça-feira e deve reagir ao avanço da colheita americana. No milho, a disputa entre comprador e vendedor continua travando negócios, e a competitividade externa segue limitada frente ao produto do Golfo do México.

No Paraná, o clima será o fator determinante para o ritmo do plantio nas próximas semanas. A atenção dos produtores se divide entre o comportamento do dólar, os relatórios do USDA e a evolução das condições meteorológicas no Sul do Brasil.

CLIQUE AQUI: Participe do nosso grupo de WhatsApp