PANORAMA DO MERCADO DA SOJA E MILHO EM 07/10/2025

Soja estável e milho em alta nesta terça (07/10). Exportações recordes dos EUA e plantio acelerado no Brasil movimentam o mercado de grãos.

PANORAMA DO MERCADO DA SOJA E MILHO EM 07/10/2025
Criação: CostaWeber Agrosolutions

Mercado da Soja: estabilidade em Chicago e avanço acelerado do plantio no Brasil

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam próximos da estabilidade nesta segunda-feira, refletindo a cautela dos traders diante da paralisação do governo norte-americano, que interrompeu a divulgação de relatórios fundamentais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O contrato novembro/25 encerrou o dia com leve baixa de 0,25 cent (–0,02%), cotado a US$ 10,1775 por bushel. A falta de indicadores atualizados, especialmente o relatório mensal de oferta e demanda, deixou o mercado sem direção firme, e os volumes negociados seguiram reduzidos.

Mesmo com as limitações de informação, o USDA manteve a publicação do relatório semanal de inspeções de exportação, que mostrou embarques de 768,1 mil toneladas de soja na semana encerrada em 2 de outubro — uma alta de 25,8% em relação à semana anterior, mas queda de 53% frente ao mesmo período do ano passado. A China, principal destino da oleaginosa norte-americana, não apareceu entre os compradores, o que reforça o sentimento de apreensão no mercado.

No acumulado do atual ano comercial, iniciado em 1º de setembro, os Estados Unidos já inspecionaram 3,03 milhões de toneladas de soja, uma redução de 15% em relação ao ciclo anterior.
 

Plantio da safra 2025/26 acelera no Brasil

Enquanto os EUA enfrentam incertezas, o Brasil segue acelerando o plantio da safra 2025/26. De acordo com levantamento da AgRural, até o último dia 2 de outubro o país havia semeado 9% da área total estimada, contra 3% uma semana antes e 4% no mesmo período do ano passado.

O destaque fica para o Paraná, que apresenta o ritmo mais rápido de plantio da história, segundo a consultoria. O avanço favorece o bom estabelecimento das lavouras iniciais, embora a umidade irregular em algumas regiões ainda mereça atenção.

No mercado interno, as negociações continuam pontuais, com vendas de pequenos volumes.

  • Em Campinas (SP), tradings indicam R$ 140/saca CIF Porto de Santos, com entrega em novembro e pagamento em dezembro, enquanto vendedores pedem R$ 142/saca.

  • Em Dourados (MS), exportadoras oferecem entre R$ 124 e R$ 125/saca FOB, mas produtores aguardam oportunidades acima de R$ 128/saca.

A combinação de um mercado internacional travado e da ausência chinesa nas compras mantém o sentimento de cautela e retenção por parte dos vendedores.


Mercado do Milho: exportações recordes nos EUA e demanda firme no Brasil

No caso do milho, os contratos na CBOT fecharam em alta, impulsionados por forte demanda externa e melhora nos embarques norte-americanos. O contrato dezembro/25 avançou 2,75 cents (0,66%), cotado a US$ 4,2175 por bushel.

Segundo o USDA, 1,6 milhão de toneladas de milho foram inspecionadas para exportação na semana até 2 de outubro, um aumento de 3,9% sobre a semana anterior. Desde o início do novo ano comercial (1º de setembro), os EUA já embarcaram 6,71 milhões de toneladas, um volume 56% superior ao do mesmo período do ano passadoo melhor desempenho para o início de safra desde 1982, de acordo com a analista Karen Braun, da Zaner Ag Hedge.

O fortalecimento do petróleo também colaborou para sustentar os preços, ao tornar o etanol mais competitivo frente à gasolina.
Entretanto, a falta de novos relatórios do USDA — em razão da paralisação do governo — limita o avanço das cotações, que devem continuar oscilando em uma faixa estreita até que o fluxo de informações seja normalizado.

No mercado doméstico, o milho segue com demanda firme das indústrias de ração, mas com negócios pontuais.

  • Em Campinas (SP), as indústrias oferecem R$ 62,50/saca FOB, com retirada imediata e pagamento em 30 dias.

  • Em Dourados (MS), fábricas indicam R$ 52/saca, com pagamento ainda neste mês, enquanto vendedores buscam negócios acima de R$ 55/saca.

A sustentação no consumo interno e a reposição constante das fábricas mantêm o mercado aquecido e comprador, embora o volume de negócios ainda seja limitado.


Perspectiva e fatores de atenção

Para os próximos dias, os mercados de soja e milho devem continuar dependentes do câmbio, do clima nas regiões produtoras brasileiras e das informações vindas dos EUA.
A paralisação do governo norte-americano segue como fator de incerteza, travando a divulgação de dados essenciais sobre produção e estoques.

No Brasil, o avanço do plantio da soja e a demanda interna firme pelo milho sustentam um ambiente de preços equilibrado, mas sem grandes movimentos até que novas informações internacionais tragam direção mais clara.

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