Tilápias podem ser incluídas em lista nacional de espécies exóticas invasoras; Paraná manifesta preocupação
Setor produtivo alerta para impactos econômicos significativos.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atualizou recentemente a Lista de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais, registrando 290 espécies invasoras, sendo 162 de flora e 128 de fauna, presentes em 248 das 343 unidades de conservação federais no país. Entre os grupos de maior destaque estão os peixes, com 60 espécies registradas.
Dentre os peixes invasores, as tilápias Oreochromis niloticus e Coptodon rendalli, originárias da África e introduzidas no Brasil para a aquicultura, aparecem como ameaça em 44 e 50 unidades de conservação, respectivamente.
Em 3 de outubro, a Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), do Ministério do Meio Ambiente, apresentou proposta para incluir a tilápia na lista nacional de espécies exóticas invasoras, cuja votação está prevista para 8 de novembro. A iniciativa visa reforçar medidas de controle ambiental preventivo, sem implicar banimento ou proibição imediata do cultivo.
A proposta gerou preocupação do setor produtivo, especialmente no Paraná, que responde por 36% da produção nacional de tilápias e 25% da produção de peixes do país, movimentando toda a cadeia produtiva — incluindo ração, frigoríficos, transporte e comércio — e gerando mais de 2,2 mil empregos diretos e indiretos.
O deputado federal Pedro Lupion questionou o embasamento técnico da medida, ressaltando que a tilápia é cultivada há mais de 25 anos com autorização do Ibama, em condições controladas, e representa quase 70% da produção nacional de pescado.
O Ministério do Meio Ambiente esclareceu que a lista ainda tramita em instância consultiva e que eventuais medidas ou salvaguardas serão definidas em norma futura, reiterando que a inclusão de uma espécie na lista tem caráter técnico e preventivo.
fonte: agroemcampo.ig.com.br





















