Famílias de desaparecidos em Icaraíma aumentam recompensa para R$ 100 mil

Os familiares dos três homens desaparecidos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, anunciaram o aumento da recompensa para R$ 100 mil por informações que ajudem a localizar as vítimas e identificar os suspeitos. A decisão foi tomada após uma mobilização nas redes sociais, que já ultrapassa 200 mil visualizações em pouco mais de uma semana.

Segundo a esposa de um dos desaparecidos, pelo menos 10 voluntários atuam diariamente no atendimento às mensagens recebidas pela página criada no Instagram. Ela relatou ainda que uma das solicitações partiu da mulher de Paulo Ricardo Buscariollo, pedindo a exclusão de sua foto da publicação, já que não é alvo da investigação policial.

Inicialmente, a família havia oferecido R$ 50 mil por informações sobre os cobradores desaparecidos e outros R$ 30 mil para dados que levassem ao paradeiro de Antônio “Tonhão” Buscariollo, 66 anos, e de seu filho, Paulo Ricardo Buscariollo, 22 anos. Ambos estão com prisão preventiva decretada e seguem foragidos.

“Nos unimos, vimos nossas contas e decidimos aumentar a recompensa a respeito dos bandidos para R$ 50 mil. Não vamos parar. Vamos seguir mexendo com essa situação até que os meninos sejam encontrados e os suspeitos paguem pelo que fizeram”, afirmou a esposa de uma das vítimas. Ela disse ainda acreditar que os cobradores possam estar vivos, embora reconheça que a chance seja mínima.

As vítimas são Robishley Hirnani de Oliveira, 53 anos, Rafael Juliano Marascauti, 43 anos, e Diego Henrique Afonso, 39 anos. Eles saíram de São José do Rio Preto e Olímpia, no interior paulista, rumo a Icaraíma, contratados por Alencar Gonçalves de Souza, credor de uma dívida envolvendo a venda de terras para a família Buscariollo. A dívida, inicialmente estimada em R$ 1 milhão, foi posteriormente atualizada pela polícia para R$ 250 mil. Alencar, que acompanhou os cobradores até o encontro com Antônio e Paulo Ricardo, também desapareceu.

As buscas seguem com apoio da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e do Grupo Tigre, unidade especializada. As equipes têm percorrido áreas rurais, rios, possíveis esconderijos e analisado imagens de câmeras de segurança. Até o momento, porém, não houve pistas concretas sobre o paradeiro dos desaparecidos.

As famílias destacam que o sigilo das informações é garantido e pedem à população que repasse qualquer dado relevante também pelos canais oficiais da polícia. A recompensa será paga mediante comprovação consistente, como forma de incentivar a colaboração e reforçar a busca por justiça.